Radiação solar atinge índice extremo em 17 capitais e DF; saiba se proteger.
Do UOL, em São Paulo
- Dabldy/iStock
Nem chegou o verão e os índices de radiação ultravioleta provenientes
do Sol já estão altos em todo o país, o que exige mais cuidados com a
saúde.
Segundo previsão do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais), em pelo menos 17 capitais e no Distrito Federal o nível de
radiação ultravioleta (UV) já atinge o nível extremo e deve continuar
assim nos próximos dias. Em quatro capitais, a radiação alcança índices
muito altos, e, em cinco capitais, todas na região Sul e Sudeste, o
índice é considerado alto.
O índice UV é uma medida da
intensidade da radiação ultravioleta incidente sobre a superfície da
Terra, que pode ser UVA e UVB. A radiação UVA é mais intensa antes das
10h e depois das 16h. A radiação UVB é mais intensa no verão,
predominantemente entre as 10h e às 16h.
O INPE classifica
cinco níveis de radiação ultravioleta: baixo (<2), moderado (3 a 5),
alto (6 a 7), muito alto (8 a 10) e extremo (>11).
Norte e Nordeste no extremo
No Norte , todas as nove capitais já atingem índices
extremos de radiação UVA (entre 11 e 12) e devem continuar assim até
pelo menos terça-feira (19).
No Centro-Oeste, Goiânia (GO) e
Brasília (DF) já têm índices extremos entre 11 e 12, enquanto Campo
Grande (MS) e Cuiabá (MT) variam entre índices muito altos e extremos
até a próxima semana.
No Sul e Sudeste, por outro lado, a
maioria das capitais está livres da radiação extrema, mas ainda
apresentam índices muito altos e altos de radiação ultravioleta.
No
Sudeste, todas as capitais já atingiram o índice muito alto, o que deve
continuar na próxima semana. No Sul, a radiação pega um pouco mais
leve, mas ainda está alta em todos as capitais e muito alta em Curitiba e
em Florianópolis (8).
Protetor solar evita câncer de pele
É a camada de ozônio a responsável por filtrar mais de 90% dos raios
ultravioletas vindos do Sol. Mas, mesmo assim, os raios chegam à Terra,
especialmente no horário de pico (entre 9h e 15h). Com isso, ficamos
mais vulneráveis aos seus efeitos nocivos à saúde.
A alta
incidência de raios ultravioletas aumenta a probabilidade de sofrer
queimaduras na pele, que a longo prazo podem causar lesões e até câncer
de pele. Além disso, a exposição ao UVA aumenta a chance de ter catarata
precoce e outros problemas oculares.
"Mesmo em um dia de Sol
sem nuvens, os raios ultravioletas têm contato total com a pele. Por
isso mesmo essa radiação se torna um perigo para a pele", afirma a
dermatologista Carla Vidal.
Vidal, especialista em retirada de
tumores cancerígenos, afirma que a exposição contínua da pele com os
raios ultravioletas é o principal causador do câncer de pele, doença
cujos números vem aumentando no país. Segundo o Inca (Instituto Nacional
do Câncer), o câncer de pele é o tipo de câncer mais comum no Brasil,
correspondente a 30% de todos os tumores malignos registrados no país.
Em 2016, estima-se que haverá mais de 176 mil casos de câncer de pele
não-melanoma e 5.670 do tipo melanoma no Brasil.
A forma mais
eficiente de se proteger contra os raios ultravioletas é usar o famoso
filtro solar todos os dias ou um bloqueador solar para quem fica ao ar
livre. Durante a compra, vale checar também o fator de proteção PPD
(Persistent Pigment Darkening), algo como escurecimento permanente da
pigmentação, cuja sigla representa a proteção da pele contra a
incidência de raios UVA. Em alguns produtos a sigla surge como FPS UVA.
"O fator UVA é o mais agressivo porque irradia o ano inteiro, enquanto o
fator UVB surge mais no verão. O uso do protetor solar evita o efeito
acumulativo da exposição à radiação que causa câncer e o envelhecimento
da pele", afirma.
Segundo Vidal, o PPD deve corresponder a um
terço do fator de proteção solar escolhido. Por exemplo, se for FPS 30, o
PPD deve ser 10.
Óculos com filtro contra catarata
"As pessoas desconhecem os malefícios da radiação ultravioleta para os
olhos, mas eles podem ser evitados com medidas simples como o uso de
viseiras e bonés com aba para frente, chapéus e óculos com filtros UV",
afirma Leôncio Queiroz Neto, do Institutito Penido Burnier em Campinas.
A OMS (Organização Mundial da Saúde) recomenda usar óculos com lentes que filtrem 100% dos raios UV quando a radiação atinge 6.
Segundo Neto, quando a radiação é maior e a exposição é contínua, pior
podem ser seus efeitos aos olhos a longo prazo. A exposição pode causar
ceratite na córnea, catarata, pterígio (crescimento do tecido da
conjuntiva sobre a córnea) e a degeneração macular, que afetam ou mesmo
causam a perda da visão.
E quem pensa que está protegido com
óculos escuros, cuidado. Estes óculos sem o filtro de proteção contra a
radiação solar causam um efeito reverso.
Isso porque, as lentes
escuras fazem com que a pupila dilate e haja uma penetração mais intensa
da radiação no globo ocular. O resultado são doenças na córnea,
cristalino e retina.
"Para quem precisa usar óculos de grau, é
possível aplicar nas lentes um filtro UV transparente que além de
proteger os olhos do Sol, evita danos causados pela luz azul emitida por
equipamentos eletrônicos", explica Neto.
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